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Cuiabá(MT), Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024 - 16:09
14/11/2020 as 19:32 | Por BBC News Brasil |
Eleições 2020: violência contra políticos 'perdeu medo de se mostrar' neste ano
Para cientista político, casos de candidatos que sofreram ataques durantes transmissões ao vivo evidenciam que violência eleitoral já está 'muito escancarada'.
Fotografo: (foto: Getty Images)
Eleições municipais são historicamente mais arriscadas para políticos no Brasil

Quando o calendário das eleições municipais é definido, há um ciclo paralelo também esperado por quem estuda a violência contra políticos: o de ameaças e assassinatos contra candidatos, riscos historicamente maiores para postulantes a cargos de vereador e prefeito, em comparação àqueles escolhidos nas eleições gerais.

E a eleição municipal de 2020 está confirmando o padrão dos pleitos anteriores, com pelo menos 25 candidatos assassinados no período eleitoral até agora em todo o país, segundo o cientista político Felipe Borba, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e coordenador do Grupo de Investigação Eleitoral (GIEL) da universidade (que publica periodicamente boletins sobre violência política e eleitoral em seu site).

Este número pode crescer já que, segundo Borba, "a intensidade da violência eleitoral tende a ser maior quanto mais próximo estiver o dia da eleição" e o segundo turno só será realizado em 29 de novembro.

Os 25 homicídios nesta eleição já superam a campanha inteira de 2016, quando foram registrados 23 candidatos assassinados. No pleito de 2012, foram 16 vítimas, e em 2008, 25.

O problema nas eleições gerais tem dimensão bem menor, como mostram os números para 2014 (1 assassinado), 2010 (1), 2006 (1), e 2002 (3).

Embora aponte que o número de candidatos assassinados nesta eleição seja por enquanto pouco diferente numericamente das anteriores, Borba faz observações preocupantes sobre 2020.

"Esse ano há mais volume (de crimes) e está mais visível. Tivemos alguns casos de políticos que sofreram atentados ao vivo, enquanto faziam transmissões ao vivo — então é uma violência que perdeu o medo de se mostrar", aponta o professor da Unirio, que já publicou diversos artigos sobre violência eleitoral e política, e também coordena projetos de pesquisa sobre o assunto.

Um destes casos aconteceu na segunda-feira (9/11) em Guarulhos (SP), onde o candidato a vereador Ricardo Moura (PL) foi baleado por um homem encapuzado enquanto fazia uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

A BBC News Brasil tentou confirmar seu estado de saúde, mas não conseguiu contato com a campanha. Segundo um boletim do dia 10, porém, Moura estava hospitalizado e passava bem. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

Já em 24 de setembro, Cássio Remis (PSDB), candidato a vereador em Patrocínio (MG), foi assassinado a tiros em um ataque que começou enquanto fazia uma transmissão ao vivo verbalizando denúncias contra a Prefeitura.

O então secretário de Obras da cidade, Jorge Marra, que também é irmão do prefeito, foi preso acusado pelo crime.

"A violência política está muito escancarada, por isso precisa ter controle. E isso só vai acontecer se os responsáveis forem punidos", aponta Borba, sugerindo a criação de núcleos e delegacias permanentes e especializadas em crimes políticos.

Fonte:  BBC News Brasil

Jornalista:  Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Municípios da Grande Baixada Cuiabana.
E.mail . Jornal.int@gmail.com.br    
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