Pequenos pecuaristas e moradores de comunidades das zonas rurais de Barão de Melgaço (126 km de Cuiabá) e Santo Antônio de Leverger (34 km de Cuiabá) realizaram uma manifestação contra a instalação de uma cerca elétrica na Baía de Chacororé. Com aproximadamente 3 quilômetros, a estrutura está cruzando ao meio a Área de Preservação Ambiental Permanente (APP) do Pantanal.
Em uma tradição secular, há pelo menos 150 anos os pantaneiros que moram nas proximidades da área inundável da região, criam gado de forma colaborativa na Baía, que tem cerca de 8 mil quilômetros quadrados de área. Durante a cheia, a região se transforma em um grande lago, com profundidade média de dois metros.
Quando as águas começam a baixar, são formadas lagoas que servem de bebedouro para o gado, e a pastagem que se transforma na principal fonte de alimento para os animais, tudo isso em meio a um cenário silvestre, com presença de outros animais nativos do Pantanal, que é conhecida pela sua riqueza de flora e fauna.
“Os moradores do entorno criam os seus animais ali no período de seca, livremente, todo mundo junto, respeitando a preservação do meio ambiente e não fazendo nenhuma interferência nesse meio ambiente. Agora, está entrando gente de fora, se aproveitando dessa seca extrema que a Bahia vive e cercando, colocando cerca dentro da Bahia”, explicou ao Olhar Direto, Rômulo Queiroz (PV), presidente da Câmara de Santo Antônio de Leverger.
Conforme ele explica, parlamentares, entre eles o deputado estadual Allan Kardec (PDT), membro da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que esteve com os moradores durante o protesto realizado na sexta, pretendem criar um Projeto de Lei (PL) que assegure a tradição das famílias pantaneiras, que utilizam a região de forma colaborativa, sem interferência no ambiente.
Em um vídeo publicado nas redes sociais na última quinta, Kardec manifestou apoio a situação dos moradores, momentos antes de embarcar para a cidade para a realização de uma vistoria. Na postagem, ele disse que a população não pode deixar que a instalação irregular de terceiros aconteça na região alagável da Baía.
“Isso é uma tradição secular, de mais de cem anos. [Eles] criam gado em comum, no período de seca, entre quatro e cinco meses e depois tira quando alaga, [mas] agora essa área foi cercada. Já teve atuação da Dema [Delegacia Especializada do Meio Ambiente], da Polícia Ambiental, do Ministério Público e agora na condição de ALMT e membro da comissão de meio ambiente estarei lá fazendo uma vistoria”, disse o parlamentar.
Fonte: Olhar direto
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
E.mail . Jornal.int@gmail.com.br
Site www.brasilintegracao.com.br
feccebook brasilpolicial@gmail.com
Em breve TVbrasilintegracaoWEB