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04/05/2020 as 15:45 | Por Leticia Mendes |
Mistério envolve assassinatos de dois DJs de Porto Alegre em Novo Hamburgo
Leonardo Scherer Kologeski, 21 anos, e Diego Lafourcade, 36 anos, foram encontrados mortos a tiros
Fotografo: Polícia Civil / Divulgação
Gol estava com as portas abertas, próximo aos corpos

Na noite de sexta-feira, Leonardo Scherer Kologeski, 21 anos, conversou com o pai, Selomar Kologeski, 55, por telefone. Há pouco mais de um ano, o jovem havia se mudado de Tapes para Porto Alegre.

Mas mantinha contato frequente com a família. Na Capital, pretendia se dedicar à carreira de DJ. Plano que acabou sendo encerrado com brevidade.

No sábado (2), o comerciante foi informado que o filho havia sido assassinado em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.

Leo, como era conhecido, foi morto a tiros junto do amigo e também DJ Diego Lafourcade, 36 anos. A Polícia Civil investiga o caso como duplo homicídio.  

Os corpos de Leo e Diego foram encontrados às margens da Estrada Leopoldo Petry, na região conhecida como Prainha.

Eles estavam próximos de um Gol branco, abandonado com as portas abertas. O veículo, conforme a polícia, está em nome de uma concessionária.

Selomar relata que foi o filho quem alugou o automóvel em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. Na noite do crime, no entanto, não sabe porque Leo e o amigo estavam em Novo Hamburgo.

A Brigada Militar (BM) encontrou as vítimas já sem vida por volta das 7h30min de sábado. O crime teria acontecido entre a noite de sexta-feira e a madrugada.

Em princípio, nada teria sido levada de dentro do veículo, o que reforça a hipótese de que seja uma execução e não um latrocínio (roubo com morte).

Os dois foram alvejados mais de uma vez, por tiros de pistola na cabeça. O calibre usado ainda não foi confirmado.

O caso é apurado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Novo Hamburgo. O delegado Márcio Niederauer afirmou que prefere, no momento, não adiantar detalhes do caso. A polícia aguarda as perícias.

— O caso é tratado inicialmente como homicídio. As circunstâncias estão sendo apuradas — disse.

Herança musical

Selomar recorda que Leo, seu único filho, desde criança já demonstrava talento e apreço pela música. Acredita que o jovem herdou isso dele.

— Fui músico, cheguei a gravar dois discos, mas depois abandonei e me dediquei ao comércio. Ele trouxe de berço isso. Tinha um talento incrível. Era um parceiro de música.

Depois partiu para técnico de som. Passou a viajar trabalhando nisso, ele tinha muita habilidade em mixagem. Era a vida dele — descreve.

Após os pais se separarem, quando ainda era criança, Leo permaneceu morando com Selomar. Quando começou a investir na carreira de DJ, mudou-se para a Capital para viver com a mãe.

Durante o período de distanciamento social devido à pandemia de coronavírus, segundo o pai, como os eventos estavam suspensos, o rapaz pretendia trabalhar como motorista de aplicativo. Por isso teria alugado o Gol, encontrado no local do crime.

Na sexta-feira, pai e filho conversaram sobre a negociação de outro veículo. O jovem pretendia comprar um Astra.

Depois disso, não tiveram mais contato. No início da tarde de sábado, o comerciante recebeu um telefonema. Soube por ele que o filho havia sido baleado e não tinha resistido. 

— Era um agente funerário. Ele perguntou se eu era o pai do Leonardo. Pensei que fosse sobre a negociação do carro, que ele tinha passado meu contato. Mas aí ele me contou.

O outro rapaz, o Diego, trabalhava na mesma empresa que ele. Era DJ também — afirma o pai.

Selomar diz que Leo e Diego eram amigos, além de trabalharem juntos em eventos e festas. Mas a família não sabe o motivo de eles estarem em Novo Hamburgo. O jovem teve o corpo sepultado no Cemitério de Tapes, na manhã de domingo (3).

— A mãe dele pensava que tinha vindo para Tapes. Acredito que ele pretendia vir mesmo. Ele costumava fazer lives aqui.

Mas não sabemos porque ele estava lá e o motivo de fazerem isso. Falei com ele às 21h. Nunca imaginei. Ele era meu grande amigo — disse.

Nas redes sociais, publicou fotos do filho, junto com um texto de despedida. Também incluiu um vídeo, gravado há uma década, quando o jovem tinha 11 anos.

Nele, os dois aparecem juntos. O comerciante toca seu acordeon e o garoto, violão, enquanto canta a música sertaneja "Estrada da Vida". "

De uma hora para a outra me encontrei sem norte, as luzes se apagaram, a música silenciou me deixando sem destino, pois meu pequeno grande cantor havia me deixado", escreveu o pai.

Procurada por GaúchaZH, a família de Diego afirmou não ter condições de falar sobre o crime no momento.

Fonte: Leticia Mendes

Colaboração Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Cuiabá e Municípios da Grande Baixada Cuiabana.
E.mail . Jornal.int@gmail.com.br
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