O mês de outubro é dedicado à prevenção e luta contra o câncer de mama. Uma das maiores preocupações é diagnosticar a doença o mais cedo possível para aumentar as chances de cura.
Porém, em Cuiabá a ONG MTmamma alerta para uma dificuldade que coloca em risco a vida dos pacientes: a espera por exames pode durar até um ano e meio, período em que a enfermidade não para de avançar.
“O câncer de mama, descoberto em sua fase, no seu estágio inicial, ele tem de 90% a 95% de chances de cura. No Brasil é a dificuldade da demora de sair o resultado do exame.
Estava conversando com um médico esses dias e ele me disse o seguinte: ‘Olha, tem paciente que quando ele vai ao consultório, eu peço exame e ele volta depois de um ano e meio com o exame feito. E aí já não tem mais o que fazer: o câncer não espera”, disse Adriana Venturoso, presidente MTmamma.
Apoio e solidariedade
A Casa Cor de Rosa é o ponto de apoio de mulheres que precisam se tratar do câncer de mama em Cuiabá. É lá que a professora Joice Meirelles, surda desde o nascimento e que descobriu há seis meses que está com a doença, encontra com quem conversar em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
“É difícil, tem hora que você tem que se manter, mas a Rose está ali sempre junto comigo, vamos conseguir, tem esperança, vamos lá, vou te ajudar e fica explicando, vamos ali naquele médico.
E a Rose tem mais experiência, porque ela já teve, passa pelo mesmo problema também, ela tem uma clareza maior e ela tem me auxiliado”, disse.
Intérprete de Libras, Rose Cinara tornou-se tradutora dos desabafos e tudo que Joice precisa dizer aos médicos. A própria Rose descobriu o câncer há dois anos e teve que passar por uma cirurgia de reconstrução das mamas.
“Aquele período crítico, da Covid. Estava tudo fechado, toda aquela coisa, e você pensa: ‘Puxa vida, com câncer, UTIs todas lotadas, eu vou morrer, ne? Se eu pegar alguma Covid’.
Mas assim, o pensamento positivo tem que ser primordial. Até uma orientação que eu dou, pra todos, independente do câncer ou outra doença, é manter a calma. Manter a calma e estar ali na segurança porque é a única forma, não adianta ficar naquele desespero”, disse Rose.
A MTmamma atende a mais de 300 mulheres. Muitas delas, depois do diagnóstico de câncer, sofrem com o abandono de maridos ou companheiros, a perda de emprego e ainda enfrentam o desafio de manter a autoestima durante o tratamento químico, com efeitos colaterais que abalam a saúde física e a vaidade feminina.
No espaço, essas mulheres recebem apoio psicológico para momentos difíceis, como a queda de cabelos, uma reação adversa do organismo aos medicamentos. As perucas ou outras formas de cobrir a cabeça dão uma grande ajuda.
Uma das pacientes, de 46 anos, que pediu para não ser identificada, teve que superar o vício em crack para se curar do câncer e contou com a ajuda das voluntárias da ONG.
“Às vezes você está na dificuldade e eles te ligam. Às vezes você está precisando de alguma coisa, e eles prontos para servir. Às vezes com uma cesta básica, que é fundamental. A gente perde o emprego e com o negócio do auxílio que a gente fica recebendo doença, a gente fica sem estrutura e eles acabam apoiando a gente, liga pra gente, liga pra gente quando a gente está bem deprimido. Sempre estão ligando pra gente”, disse a mulher.
Por TV Centro América
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
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