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Cuiabá(MT), Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024 - 19:23
22/06/2022 as 15:24 | Por Renato Gomes Nery |
Profissão: esperar
Cirurgias pela rede privada são muitos caras e está fora do alcance da maioria
Fotografo: imagem pessoal
Sem Legenda

Um jornal diário da TV – Centro América, exibiu, na semana passada, uma reportagem, onde conta a história de muitas pessoas que estão muito além do peso e aguardam, há muito tempo, por uma cirurgia bariátrica pela rede pública.
 
As cirurgias feitas, pela rede privada de hospitais, são muitos caras e está fora do alcance da maioria daquelas pessoas que somente têm uma saída: esperar pelos ínvios caminho da Saúde Pública.
 
As vidas dessas pessoas é uma via crucis, pois o mundo não foi planejado para elas. A cadeiras são pequenas. Pelas catracas dos ônibus elas não conseguem passar. Elas sequer podem sair de casa, pois não cabem nos lugares normalmente frequentados pelas pessoas. Elas são isoladas e solitárias.
 
Enfim, uns párias da sociedade que lhes virou as costas e eles estão completamente abandonados, nas filas do abandono, privados de uma vida normal.  
 
Enfim, nesta sociedade de tantos abandonos, os gordos são apenas mais uns de que a sociedade esqueceu. Inventaram até a aversão a gordo: gordofobia. Deve ter pobrefobia, petrofobia e gayfobia e, por ai, vão as sandices para afastar as pessoas que são diferentes.
 
A sociedade é múltipla e composta de tudo e de todos. Todos são serem humanos que merecem viver dignamente e ter acesso aos direitos e aos bens que o Criador pôs à disposição.
 
Quaisquer restrições são abismos perversos, que se abrem em detrimento, normalmente, das minorias, numa sociedade acometida por uma doença grave conhecida pelo nome de indiferença.                     
 
E estas pessoas discriminadas, como a maioria dos brasileiros, apenas esperam que um dia a sorte mude para terem uma vida normal, mas este é um sonho adiado todo santo dia.
 
No Brasil, foi institucionalizado a profissão: esperar. Somos os campeões da espera. Esperamos tantas coisas que não vale a pena sequer enumerar. Chico Buarque, nos dá a noção desta angústia, na canção Pedro Pedreiro:
 
Esperando, esperando, esperando
 
Esperando o Sol, esperando o trem
 
Esperando aumento para o mês que vem
 
Esperando um filho pra esperar também
 
Esperando a festa, esperando a sorte
 
Esperando a morte, esperando o Norte
 
Esperando o dia de esperar ninguém
 
Esperando enfim, nada mais além
 
Da esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem –
 
Renato Gomes Nery é advogado. 
 
Colaborou:  Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
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