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Cuiabá(MT), Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024 - 12:43
01/04/2021 as 11:25 | Por Mírim Leitão |
Bolsonaro finge recuar com militares, mas já cravou sua estaca no terreno
O país pensa que ele passará a ficar moderado, mas ele jamais se moderou.
Fotografo: divulgação
Sem Legenda

O fato de o presidente Bolsonaro ter respeitado a lista de antiguidade para nomear os novos chefes militares pareceu um recuo. Mas é mais um movimento estratégico.

Ele sempre faz isso: ataca uma instituição da República, depois finge recuar. O país pensa que ele passará a ficar moderado, mas ele jamais se moderou.

A nomeação de um general que defende medidas de isolamento e recomendações da OMS, como o general Paulo Sérgio Nogueira, é um bom sinal. Mas insuficiente.

Primeiro porque para a Força Aérea ele nomeou um comandante que ecoa a milícia digital bolsonarista em suas postagens, o tenente brigadeiro Carlos Almeida Batista Jr. E o que ele quer é isso: transformar os comandantes militares à imagem de Villas Boas, autor do tuíte de ameaça ao STF.

E era isso que o general Edson Pujol não aceitava ser, um agitador de rede social. Aqui no blog contamos as postagens do brigadeiro. Inaceitáveis para um chefe militar.

Hoje já bajulou Bolsonaro chamando-o de “comandante supremo”. Era isso que Bolsonaro pedia, ao dizer que queria de Pujol “demonstração de apreço ao seu governo”.

Segundo, ficou demonstrado que ele pode demitir por motivo fútil, e sem qualquer explicação ao país, os três chefes militares, sem que nada aconteça. É claro que ele tem a prerrogativa de fazer isso.

Mas não para intimidar as instituições, não para impor seu mandonismo, apenas quando houver razões para isso.

Fez o ato de forma truculenta, e ficou por isso mesmo. O país se contentou com o fato de que informações de bastidores mostram que os demitidos reagiram em reunião tensa.

Por fim, muita gente elogiou o fato de Braga Netto ter falado em defesa da democracia na apresentação dos três chefes. Mas Braga Netto falou também que as Forças Armadas garantem as liberdades democráticas.

Quem garante, general, é a Constituição. No mesmo dia de ontem, triste 31 de março, o mesmo Braga Netto dizia que o país tinha que “celebrar” a ditadura, que ele em raciocínio tortuoso chama de “movimento” e diz que foi feito para garantir a democracia. É dessa democracia que ele está falando. A que as Forças Armadas controlam.

Texto: Mírim Leitão, jornalista há mais de 40 anos. é colunista do jornal desde 1991

Colaborou:  Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
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