A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (27), a segunda fase da Operação Quadro Negro nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A PF investiga uma organização que se especializou em fraudar licitações no fornecimento de material de informática e lousas eletrônicas para aulas on-line.
As fraudes envolvem empresas que movimentaram aproximadamente R$ 7,5 milhões somente em Minas Gerais, sendo que a organização tinha contratos em outros estados, mas entre 2011 e 2019 superou os R$ 50 milhões.
De acordo com a PF, após a realização da primeira fase foram identificadas empresas que agiam em cumplicidade com as já investigadas, além de pessoas que, apesar de não constarem em nenhum registro, são as verdadeiras donas e beneficiárias dos valores obtidos com os crimes.
Foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão: três em Minas Gerais, cinco em São Paulo, três no Rio de Janeiro e quatro no Espírito Santo. Em Minas, a operação é realizada em 12 cidades.
Também foram expedidas ordens que proibiram os alvos de se comunicarem entre si, além de determinar a entrega de passaporte de nove investigados.
“As investigações começaram há dois anos. As aulas eram vendidas para as escolas municipais e há indícios de participação de secretários e vereadores na fraude.
Essas aulas nunca foram ministradas, nem o treinamento para os professores que era a parte mais cara do pacote das licitações”, disse o delegado Thiago Resende."
Nesta terça-feira foram cumpridos mandados de busca e apreensão em empresas e residências dos sócios. Foram recolhidos contratos, cheques, celulares e computadores.
As fraudes começaram em 2012 e funcionavam assim: um servidor colocava no processo de licitação detalhes dos objetos de compra que permitia que apenas as empresas investigadas participassem, excluindo as concorrentes e, com isso, o preço ficava acima do mercado.
Na primeira fase da investigação foram identificadas duas empresas e após análise do material apreendido chegaram, nesta segunda fase, a mais três.
Na nova fase, a PF vai analisar cada contratado para identificar as pessoas que participaram deles.
Fonte: Por Fernando Zuba, TV Globo — Belo Horizonte
Jornalista: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
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